Através da literatura, somos capazes de explorar não apenas a realidade ao nosso redor, mas também realidades possíveis, aquelas que poderíamos viver. Além disso, temos a oportunidade de conhecer diversos arquétipos da personalidade humana, que nos servem como referência para moldar nosso caráter. Esses arquétipos têm raízes em nossa cultura desde os primórdios da civilização. Neste post, vamos mergulhar no fascinante mundo da literatura, explorando arquétipos, simbolismos e novas perspectivas.
A Descoberta dos Arquétipos na Literatura:
Através da literatura, você pode se conhecer melhor ao identificar como certos arquétipos presentes em obras literárias também estão presentes em sua própria personalidade. Além disso, você pode incorporar arquétipos que considera essenciais para seu desenvolvimento pessoal.
Baseado na psicologia analítica de Carl Jung, o conceito de arquétipos sugere que certos padrões universais da psique humana estão presentes em diferentes culturas e histórias ao longo do tempo. Na literatura, eles se manifestam como ideias, emoções e características que se conectam com os leitores. Quem nunca ouviu falar da jornada do herói ou do arquétipo do inocente? Esses temas são amplamente explorados pela Disney e Coca Cola, por exemplo.
A Literatura Fantástica e os Símbolos do Cotidiano:
A literatura fantástica nos revela símbolos que moldam nosso cotidiano e como esses símbolos são usados para nos influenciar a agir em prol de objetivos específicos. Existe uma rica fonte de modelos arquetípicos usados para criar perfis, como o do consumidor padrão, que servem de base para criar produtos que nos levam a comprar quase que hipnoticamente. As grandes empresas de marketing conhecem bem o poder dos arquétipos da literatura fantástica e os utilizam a seu favor. Por trás de qualquer grande marca, há uma referência a um arquétipo presente em uma obra literária. O marketing moderno criou seus próprios deuses, e os profissionais de marketing são como os novos magos.
A Evolução da Literatura Fantástica:
Até o final do século XIX, a literatura fantástica estava intimamente relacionada ao sobrenatural, com Deus, o diabo, a morte, bruxas e fadas. Porém, no início do século XX, com a Segunda Revolução Industrial, a teoria de Darwin questionando o controle divino sobre o mundo físico e espiritual, a teoria de Freud questionando o livre arbítrio humano, e as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, as pessoas não tinham mais a quem recorrer. Afinal, o que é o diabo diante de uma locomotiva ou um tanque de guerra? Os medos assumiram outras formas (ou simplesmente perderam sua forma). A descoberta de forças imperceptíveis a olho nu, como eletricidade, ondas de rádio e o poder atômico, tornou o fantástico dos séculos anteriores algo que não mais cativava o leitor devido à sua percepção caótica da realidade. O homem agora sonhava com possibilidades infinitas e contemplava o cosmos. E quando você olha para o abismo do espaço, ele também olha de volta para você, com seus mil olhos.
A literatura fantástica precisou se reinventar, explorando novos horizontes e criando realidades inéditas. A velocidade dos grandes centros industriais exigia uma literatura fantástica ágil, capaz de impactar o leitor logo nas primeiras páginas. Não é à toa que "A Metamorfose", de Kafka, é considerada uma obra marcante desse novo estilo literário. O livro já causa um impacto logo nas primeiras linhas: "Certa manhã, ao despertar de sonhos inquietos, Gregor Samsa encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso".
No século XX, testemunhamos o surgimento de grandes obras de literatura fantástica que abordavam arquétipos de esperança, bondade e amor, como as obras de Tolkien e C.S. Lewis. No entanto, também foi um século marcado pelo medo do desconhecido e das distopias. Escritores como H.P. Lovecraft e Jack Vance exploraram o terror e a incerteza do poder da tecnologia que o homem tinha em suas mãos, questionando o rumo que essa força tomaria.
Portanto, a literatura fantástica não apenas nos permite conhecer mais sobre a complexidade da personalidade humana, mas também nos conecta a uma parte da existência à qual não temos acesso direto. Através da literatura, podemos abrir portas para universos e realidades que transformam nossa própria visão do real e do fantástico. É uma jornada de autodescoberta e expansão de horizontes, na qual somos convidados a explorar o que está além dos limites da nossa percepção. A literatura fantástica é uma porta de entrada para o infinito da imaginação humana.
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