sexta-feira, 13 de maio de 2022

Desvendando a Ficção Científica - Final.

 

      E agora Baley olhava para Hans Fastolfe, um homem que se desviava muito visivelmente das normas e aparências espaciais; o terráqueo sentiu uma profunda gratidão por isso. “Você não aceita comida?” pergunta Fastolfe, ele indicou a mesa que separava Daneel e ele do homem da terra, ela (a mesa)  não tinha nada além de uma tigela de esferoides multicoloridos,  Baley sentiu-se vagamente surpreso por tê-los confundidos com enfeites de mesa. Daneel explicou: "Essas frutas são naturais, plantadas no planeta Aurora, eu sugiro que coma, pois tem um gosto semelhante ao de maçã”.  Fastolfe sorriu, R. Daneel não sabia disso por experiência pessoal, é claro, mas ele estava certo.  Baley mordeu uma das esferas e percebeu que apesar de ser vermelha por fora a estranha fruta era verde por dentro e era fria também, e tinha um odor fraco, más, agradável.  Ele sentiu dificuldade ao morder a fruta e a acidez inesperada machucou o seu dente, ele mastigou com cuidado.

       Os habitantes da cidade espacial achavam normal o gosto da fruta, é claro. Sempre que podia Baley substituía as rações por outro alimento, ele mesmo comia carne e pães naturais com frequência, mas esses alimentos sempre eram processados de alguma forma, cozidos ou moídos, misturados ou compostos. As frutas na Terra vinham em forma de molho ou conserva, a que ele está segurando agora deve ter vindo direto do solo de algum planeta, ele pensou: “Espero que eles tenham lavado pelo menos”. Ele lembrou que a noção de limpeza dos siderais era extremamente rígida.

     Fastolfe disse: “Deixe-me apresentar-me um pouco mais especificamente, estou encarregado da investigação do assassinato do Dr. Sarton na cidade espacial com o Comissário Enderby da ciada de Nova York. Eu estou pronto para lhe ajudar no que você precisar, esperamos uma solução tranquila do assunto e consequentemente iremos tomar medidas necessárias para prevenir incidentes do tipo que acontece em seu mundo.” “Obrigado Dr Fastolfe!” disse Baley. Enquanto pensava nas palavras do sideral, mordeu no centro da fruta com gosto de maçã e sentiu pequenos ovoides duros e escuros em sua boca, cuspiu automaticamente. Alguns teriam atingido as pernas do sideral se esse não tivesse se movido rapidamente. Baley embaraçado começou a tentar limpar a bagunça que fizera até que Fastolfe disse agradavelmente que estava tudo bem “Senhor Baley, deixe-os por favor.” Baley interrompeu sua ação e colocou a fruta de volta no lugar, os objetos do chão seriam queimados longe da cidade espacial para evitar a proliferação de doenças terrestres.  E a própria sala em que eles estão seria pulverizada para eliminar qualquer possibilidade de existência de algum vírus.

         Espero não ter dado muito spoiler sobre o livro, tenham em mente que isso foi inscrito em 1953, ainda assim Asimov previu videoconferência e até mesmo as medidas sanitárias provocadas por vírus, como o isolamento social permanente em alguns mundos siderais, como, por exemplo, em Solaria. É bom lembrar que a história se passa mil anos depois dos eventos de Eu, Robô e cerca de vinte mil anos antes dos eventos de Fundação. Toda a obra de Asimov está muito bem relacionada, pois existem referencias que o Robô Daneel Olivaw ainda esteja “vivo” durante a série Fundação e ele ser a força motivadora por trás dessa série. Os livros da série dos Robôs é composto por mais duas historias que dão continuidade as, As Cavernas de Aço, vale a leitura da trilogia.


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